domingo, 21 de maio de 2017

Segunda Geração Romantismo

Dentre os românticos da segunda geração com obras poéticas podemos destacar João de Deus. Algumas de suas poesias obedecem aos traços românticos, mas suas obras são diversificadas e há dificuldade para colocá-lo como pertencente a uma determinada escola literária, profissão, categoria social, tempo. A sua poesia não tem as marcas do tempo ou meio a meio. Flores do campo é um nome apropriado para os seus versos, que tinham uma vida eterna e efémera, como as flores de um campo. Os seus mestres são Camões, Dante, Tomás de Aquino e a Bíblia. Em todos eles se encontram expressões para cantar o amor, a vida e a morte, serenamente, sem drama e sem metafísica. 
Veja o exemplo a elegia a vida consagrada a uma morta:

A vida é flor na corrente
A vida é sopro suave
A vida é estrela cadente
Voa mais leve que a ave
Nuvem que o vento nos ares
Onde o vento nos mares
Uma após outra lançou
A vida -pena caída
De vale em vale impelida-
A vida o vento a levou

Há ainda também na poesia de João de Deus poemas satíricos, também de contorno e espírito popular, satirizando os meios acadêmicos, militares e políticos. Renovam o eterno conflito entre o poder e o povo.
O poeta João de Deus e os ficcionistas em prosa Camilo Castelo Branco e Júlio Dinins são os primeiros a influenciar a segunda geração romântica, na década de 70 em Portugal.

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