Dentre os românticos da segunda geração com obras poéticas podemos destacar João de Deus. Algumas de suas poesias obedecem aos traços românticos, mas suas obras são diversificadas e há dificuldade para colocá-lo como pertencente a uma determinada escola literária, profissão, categoria social, tempo. A sua poesia não tem as marcas do tempo ou meio a meio. Flores do campo é um nome apropriado para os seus versos, que tinham uma vida eterna e efémera, como as flores de um campo. Os seus mestres são Camões, Dante, Tomás de Aquino e a Bíblia. Em todos eles se encontram expressões para cantar o amor, a vida e a morte, serenamente, sem drama e sem metafísica.
Veja o exemplo a elegia a vida consagrada a uma morta:
A vida é flor na corrente
A vida é sopro suave
A vida é estrela cadente
Voa mais leve que a ave
Nuvem que o vento nos ares
Onde o vento nos mares
Uma após outra lançou
A vida -pena caída
De vale em vale impelida-
A vida o vento a levou
Há ainda também na poesia de João de Deus poemas satíricos, também de contorno e espírito popular, satirizando os meios acadêmicos, militares e políticos. Renovam o eterno conflito entre o poder e o povo.
O poeta João de Deus e os ficcionistas em prosa Camilo Castelo Branco e Júlio Dinins são os primeiros a influenciar a segunda geração romântica, na década de 70 em Portugal.
A poesia retrata a efemeridade da vida, a sua fragilidade.
ResponderExcluir