Por Julia Carrero
IX- VOZ E AROMA
A brisa vaga no prado,
Perfume nem voz não tem;
Quem canta é o ramo agitado,
O aroma é da flor que vem.
A mim, tornem-me essas flores
Que uma a uma eu vi murchar,
Restituam-me os verdores
Aos ramos que eu vi secar
E em torrentes de harmonia
Minha alma se exalará,
Esta alma que muda e fria
Nem sabe se existe já.
Para uma melhor interpretação é interessante que veja-se o significado, prado no caso quer dizer “terreno coberto por folhas que servem para a forragem”; em minha interpretação as flores podem dizer respeito às paixões que o eu lírico viveu, o prado como o lembrar as paixões que vivenciou, pois “minha alma se exaltará/ esta alma muda e fria (…) nem sabe se existe já”; as flores e folhas, uma a uma, com o passar do tempo vão morrendo e o eu lírico não se exclui.
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